Algum background sobre o basebol em Portugal
Por Gonçalo Agreira a Sexta-feira, 1 de abril de 2011 às 11:53
Boa tarde.
Ponderei bastante sobre a oportunidade de escrever este texto e cheguei à conclusão que é importante que se dê a conhecer alguns fatos sobre a historia do basebol no nosso pais, para que certas coisas que se têm dito não sejam mal interpretadas por falta de contexto.
Para começar, é importante que saibam quem é o Gonçalo Agreira.
Em 1993 participei como atleta clube Black Tigers de Coimbra no encontro nacional de basebol no estádio do Jamor, organizado pela Associação Portuguesa de beisebol (propositadamente escrito desta forma pois era esta a designação oficial), comandada à altura pelo Prof Fernando Lucas. Este foi o meu primeiro contacto com o basebol.
Nos anos seguintes participei como jogador e arbitro nos circuitos nacionais organizados pela mesma Associação. Nessa altura também, iniciei a minha carreira como arbitro e também de dirigente da equipa Black Tigers.
Como dirigente da equipa de Coimbra iniciei e conclui juntamente com os meus colegas dirigentes o processo de criação da secção de basebol da AAC.
Ainda como dirigente, contribui juntamente com dirigentes de outros clubes para a criação da comissão instaladora da FPBS, processo que culminou na legalização da federação em 1996.
De 1996 a 2004 estive sempre ligado à federação como membro do conselho de arbitragem, comissão executiva das competições e direcção da federação de 2002 a 2004.
Entre outras funções, tive sempre uma quota parte muito importante na organização das competições internas bem como na coordenação da arbitragem nos períodos especificados.
Neste período, contribui ainda para a elaboração dos estatutos e regulamentos da FPBS e efectuei a tradução integral do ROJ ( Regulamento oficial de jogo, vulgo regras) para português.
Como arbitro, cheguei a arbitro internacional em 1998, ano em que estive presente em duas competições europeias, sendo que no campeonato da Europa de selecções de 1998 em que participou a selecção nacional actuei em 12 jogos incluindo uma semi-final como arbitro principal e na final como arbitro de 1ª base. 1998 foi também o ano em que abandonei definitivamente todas as funções ligadas ao clube, dedicando-me a 100 % aos assuntos da federação, quer como dirigente, quer como arbitro. Até 2004 fui o ÚNICO dirigente/arbitro em exclusividade para a FPBS. De 1996 a 2004 arbitrei MAIS de 200 jogos nas varias competições nacionais, chegando, muitas vezes, a estar presente em 2 jogos por fim de semana. A partir de 2004, a Federação achou que não mais precisava da minha contribuição, nem como arbitro e/ou formador.
A minha apresentação está concluída.
A Dra Sandra Monteiro inicia a sua participação no basebol/softbol como jogadora da equipa feminina de softbol da AAC, penso que por volta de 1997/1998, na altura porque era namorada de um jogador da equipa sénior da AAC.
Não sei precisar o ano certo, mas penso que em 2001/2002, a Dra Sandra Monteiro foi eleita para a presidência da AAC por proposta do então presidente. Devo dizer que a partir desse momento nunca mais nenhum dos sócios fundadores da AAC foi contactado para Assembleias Gerais, eleições, seja o que for - aparentemente foram "apagados"....
A ultima direcção da federação de que fiz parte foi eleita em 2002. Segundo os estatutos teria um mandato de 4 anos para cumprir. No entanto, e por forma a fazer coincidir o ciclo eleitoral com o ciclo olímpico, a direcção decidiu convocar eleições quando tinha apenas 2 anos do mandato cumpridos. Importante também dizer que a essa direcção não patrocinou nem apresentou nenhuma candidatura a essas eleições. Esperava-se que, não havendo candidaturas formais, como era habito, fosse possível estabelecer, em assembleia eleitoral, listas para os vários órgãos sociais, que fossem resultado de um acordo abrangente entre todos os clubes nacionais. No ultimo dia do prazo, a uma hora deste terminar, a Dra Sandra Monteiro apresentou a sua lista.
Em relação à apresentação dessa lista devo dizer duas coisas:
Em primeiro lugar essa lista não cumpria vários dos requisitos estatutários para ser aceite ( nem vale a pena especificar quais). No entanto o presidente da mesa da assembleia em funções deliberou aceitar a mesmo porque, e passo a citar "não estou para me chatear".
Em segundo lugar dizer que essa lista obteve o apoio dos clubes que a subscreveram com dois argumentos principais: Em primeiro foi passada a ideia que a direcção em funções estava "agarrada" ao poder - a mesma direcção que convocou eleições sem ser estatutariamente obrigada e que não patrocinou nenhuma lista. Em segundo houve uma intervenção importante de uma determinada pessoa de nacionalidade espanhola que usou a sua influencia junto de alguns clubes para que apoiassem essa lista. Essa pessoa, com ligações à Federação Galega e à Federação Madrilena de basebol não via com bons olhos as ligações do então presidente da FPBS, Arq. José Gonçalves, à Federação Andaluza, tudo isto resultante de guerras internas na Real Federação Espanhola de Basebol.
Como lista única, a lista da Dra Sandra Monteiro foi, obviamente eleita.
Mais importante que isto, foi a imediata exclusão do basebol nacional de todos aqueles que estavam com a anterior direcção seja como membros seja como colaboradores.
Alem do meu caso particular, saliento ainda o caso do Sérgio Medeiros. Alem de dirigente da FPBS pelo mesmo período que eu e com participações importantes nos mesmos momentos incluindo na promoção e fundação da FPBS, o Sérgio foi treinador e jogador da AAC e do Gaia Basebol Clube. Foi jogador e treinador adjunto da selecção nacional de basebol. O Sérgio foi, posteriormente, impedido de entrar em campo como treinador da Agrária por suposta "falta de qualificações". A ordem de impedimento foi dada directamente pela Sra Presidente da Direcção da FPBS, Dra Sandra Monteiro.
Este comportamento de exclusão de quem é considerado como potencial ameaça é marca própria da Dra Sandra Monteiro, tendo sido repetido na FPBS tal como já fora implementado na secção de basebol da AAC.
Como breve analise à performance da FPBS nos últimos anos apenas reafirmar que até às eleições de 2004 NUNCA foi realizado nenhum campeonato Nacional com menos de 7 equipas sendo que o máximo atingido foi 11. Chegámos a realizar, numa época, cerca de 75 jogos de basebol em Portugal. Desde essa data, houve um campeonato que não se realizou e um outro que foi disputado num fim de semana entre duas equipas. Ao que parece o campeonato deste ano será disputado nesses mesmos moldes.
Ainda hoje, quer como dirigente, quer como arbitro, tenho créditos junto da FPBS de valor aproximado a 600 €, créditos esses que foram atempada e devidamente comunicados e COMPROVADOS à actual direcção.
Devo dizer que muito mais haveria para dizer e principalmente muitos mais nomes haveria para referirem em todo este processo, quer pela positiva quer pela negativa, mas se fosse por ai nunca mais daqui saia....
Esclareço e afirmo que não me move nenhum objectivo particular nesta questão, até porque defini à muito tempo que a minha participação no basebol nacional tinha terminado, com excepção para algumas participações esporádicas como arbitro convidado em torneios organizados por alguns clubes que ainda merecem o meu respeito e admiração.
Devo dizer também que não entrarei em discussões fúteis sobre o escrevo nesta mensagem. Isto são factos, não são opiniões sujeitas a qualquer tipo de interpretação.
No entanto, e caso me seja solicitado, poderei fornecer alguns esclarecimentos sobre estas ou outra matérias que sejam do meu conhecimento.
Agradeço a quem tenha tido a paciência de lêr todo este texto.
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